Encontramo-nos no sítio do costume, há hora do costume – nem um minuto a mais, nem um a menos. 13h em ponto! Sento-me na mesa do costume e peço o meu café cheio e um copo de água. Tu sentas-te na mesa do canto e pedes a tua água com gás natural. Começo a navegar pelo feed do instagram (como se de alguma coisa de importante se tratasse), enquanto tu, muito atento, lês o jornal.
De vez em quando os nossos olhares cruzam-se e tu sorris. E eu sorriu.
Após 45 minutos certos eu levanto-me e dirijo-me para o balcão para pagar. Tu segues-me com o olhar e levantas-te logo de seguida. Olho para trás e sorriu de novo. Faz hoje precisamente 4 meses em que és os melhores 45 minutos dos meus dias e nunca sequer dirigimos a palavra um ao outro. E sinceramente, chegam-me as nossas conversas com o olhar e a nossa intimidade com o sorriso.
És a minha fantasia (para sempre) por realizar. A outra metade de mim que nunca irei encontrar. És o sentimento estranho que preenche o meu dia. A fórmula que eu não consigo acertar. És a ilusão mais bonita da minha vida. O jogo que eu nunca quero parar de jogar, nem quero saber se vou perder ou ganhar.
E assim seguimos os nossos caminhos, um para cada lado, cada um para o seu destino.
Amanhã à mesma hora?